sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Profissionais de saúde não sabem lidar com questões ligadas à AIDS



Muitos profissionais da área da saúde não têm preparo suficiente para trabalhar com situações que envolvam a temática da AIDS.

A conclusão é da pesquisadora Cíntia Yuri, da USP em Ribeirão Preto (SP).

As principais dificuldades estão no momento de comunicar o diagnóstico e de abordar assuntos como as possíveis formas de contágio por HIV.

Além disso, a pesquisa revela também que crenças equivocadas acerca da doença ainda são persistentes entre a população e que o cuidado no âmbito doméstico também requer atenção.

O estudo aponta que muitos médicos, enfermeiros, entre outros profissionais, têm grande dificuldade para abordar assuntos considerados polêmicos sobre a doença, como o contágio por relações sexuais.

Isso acontece porque, muitas vezes, na formação acadêmica desses profissionais há uma ênfase nos aspectos técnicos, em detrimento dos elementos de ordem subjetiva, dificultando a incorporação de processos que digam respeito, por exemplo, à sexualidade.

Para Cíntia, é importante incorporar temas dessa natureza no processo de formação e atuação dos profissionais de saúde, para que eles possam ter uma melhor convivência com seus medos e, inclusive, preconceitos.

Outro problema apresentado pela pesquisa diz respeito ao fato de que, apesar da existência de programas específicos do governo brasileiro para a difusão de informações sobre a doença, ainda persistem as crenças de que o vírus pode ser transmitido por meio de objetos de uso pessoal - como sabonete, toalha, assento sanitário, copos e talheres -, do contato pessoal - como abraço e beijo - e até picadas de insetos.

"Isso nos fez pensar que as estratégias educativas utilizadas para a conscientização e prevenção da doença precisam ser revistas e não devem visar somente o diagnóstico precoce, mas também difundir o conhecimento sobre a doença e a desconstrução dos estigmas a ela atrelados, de modo que alcance todas as classes populares, e, em especial, as marginalizadas", afirma Cíntia.

http://www.diariodasaude.com.br

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